Entenda o que é a doença, quais são os sintomas, tratamento e cura.

É uma doença infecciosa bacteriana crônica, produzida pelo Treponema pallidum, curável, de transmissão sexual ou transversal (da mãe para o feto através da placenta durante a gestação), que, se não for reconhecida e tratada adequadamente, pode comprometer de modo grave a saúde física e mental do indivíduo infectado e inclusive levar à morte.

A doença evolui em estágios (com manifestações clínicas diversas) intercalados por longos períodos de silêncio, quando nenhum sinal ou sintoma está presente e o único modo de ser detectada é por meio de exames laboratoriais.

O estágio primário apresenta-se como uma ferida indolor (cancro duro) que aparece no local de inoculação da bactéria (95% dos casos nos órgãos genitais), em média três semanas após o contato infectante, e que cicatriza espontaneamente em algumas semanas.

O estágio secundário, que se inicia em algumas semanas após o desaparecimento do cancro duro, apresenta vários tipos de lesões na pele, especialmente nas palmas e plantas, boca, ânus ou genitais e sintomas gerais, tais como febre, dor de garganta, dores articulares, ínguas pelo corpo e pode apresentar um tipo peculiar de queda de cabelos denominada alopecia em clareiras.

Do mesmo modo que a lesão primária, as lesões secundárias também desaparecem espontaneamente, em semanas ou meses, e a doença entra numa fase assintomática conhecida como sífilis latente, que assim pode permanecer ou evoluir para o estágio terciário e comprometer órgãos internos como o coração e o Sistema Nervoso Central.

Na gestante a doença tem as mesmas características clínicas e evolutivas, a diferença é que coloca em risco uma terceira pessoa que não tem como se defender: o bebê.
Portanto, a prevenção depende dos pais e da qualidade do pré-natal. Se houver falhas o desfecho pode ser desastroso para o bebê e, consequentemente, para todos os envolvidos, inclusive os profissionais de saúde.

Embora a infecção do feto não seja por via sexual, tudo se inicia por um contato sexual infectante, antes ou durante uma gravidez que chega a termo (parto) sem tratamento adequado e, desta forma, pode provocar o adoecimento do bebê (sífilis congênita).

A sífilis congênita resulta, em última análise, de uma série de falhas e de perda de oportunidades preventivas durante o pré-natal. Trata-se de uma doença grave, com altos índices de mortalidade (40%), que pode ser facilmente prevenida se todos os atores envolvidos (os pais, as parcerias sexuais, os serviço de pré-natal e maternidade) cumprirem o seu papel.

A criança pode nascer aparentemente sadia e apresentar sinais da doença após os dois anos de idade (sífilis congênita tardia) ou já nascer com sinais e sintomas semelhantes aos do estágio secundário (sífilis congênita recente), porém com maior possibilidade de lesões internas, inclusive do sistema nervoso central (neurossífilis).

A sífilis congênita exige a internação hospitalar para o tratamento da criança.