O que são infecções sexualmente transmissíveis?

As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são transmitidas de uma pessoa para outra através de contato físico íntimo, ocorrendo com maior frequência por meio da prática sexual vaginal, oral ou anal. No entanto, em frequência menor, também podem ser transmitidas em outros tipos de contato, como por exemplo, o beijo, ou contato pele com pele, caso haja solução de continuidade (corte ou ferimento) Existem ainda a transmissão através do sangue e seus produtos contaminados (transfusões, uso de seringas, agulhas e outros instrumentos pérfuro-cortantes) e também pelo transplante de órgãos contaminados. Por último, existe a possibilidade de transmissão destas infecções da mãe para o filho durante a gravidez, evento denominado de transmissão vertical.

As infecções sexualmente transmissíveis são muito frequentes; de acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de um milhão de novas infecções são adquiridas a cada dia no mundo. Nos Estados Unidos os Centros de Controle e Prevenção de Infecções CDC) estimam que ocorram aproximadamente 20 milhões de novos casos por ano naquele país. Embora adolescentes e adultos jovens sejam os mais afetados, pessoas de todas as idades podem adquirir estas infecções.

Diversas bactérias, fungos ou parasitas (mais de 30) podem ser sexualmente transmissíveis e causar infecções. Dentre essas, as mais frequentes são a sífilis, gonorréia, clamídia, tricomoníase, cancro mole, hepatite B, hepatite C, herpes simples tipo II, vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o papiloma vírus humano (HPV). Algumas destas infecções são curáveis e os sintomas das consideradas incuráveis até o momento, podem ser muito reduzidos ou modificados por meio do tratamento. Com relação ao HPV, herpes simples do tipo II e as hepatites B e C, embora não existam tratamentos específicos para estes vírus, muitas pessoas conseguem eliminá-los espontaneamente, por ação do sistema imune.

Os sintomas mais comuns das IST incluem corrimento vaginal na mulher, descarga ou queimação uretral no homem, presença de úlceras (feridas) nos genitais e dores no baixo ventre. Em ambos os sexos pode haver dor nas relações sexuais e dor ou ardor ao urinar. Os sintomas dependem dos microrganismos envolvidos (bactérias, vírus, eventualmente fungos) e podem se apresentar isolados ou associados. Entretanto, muitas dessas infecções não causam sintomas ou causam sintomas discretos e por isso podem passar despercebidas. Nesses casos a pessoa não sabe que está infectada e por isso não procura por tratamento. No entanto, podem sofrer as complicações e consequências das mesmas, além de continuar transmitindo às suas parcerias sexuais.

Além dos problemas causados pelas próprias IST, as consequências das mesmas podem ser graves, como infertilidade feminina e masculina, problemas cardíacos, articulares e ósseos, dentre outros. Um problema muito sério é a transmissão da mãe para o feto durante a gravidez. Algumas infecções, como por exemplo a sífilis, podem resultar em abortamentos, óbito intrauterino, baixo peso ao nascer, prematuridade, infecções e malformações no recém-nascido.

Algumas bactérias (principalmente o gonococo) tem se tornado resistentes a vários antibióticos, dificultando o tratamento e o seu controle em todo o planeta. Finalmente, é importante lembrar que uma infecção sexualmente transmitida pode facilitar a aquisição de outra doença. Por exemplo, infecções que causam úlceras (feridas) nos genitais, como a sífilis em seu estágio inicial ou o herpes genital, podem facilitar a aquisição e a transmissão do HIV.

O uso de preservativo durante as relações sexuais é a melhor maneira de evitar as infecções sexualmente transmissíveis. A educação sexual, particularmente de adolescentes e adultos jovens é muito importante, para evitar comportamentos de risco e também para orientar na identificação precoce dos sinais e sintomas destas infecções.